Lançado site do XVI Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica.
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Realizado entre os dias 8 e 12 de setembro de 2025 em Cruzeiro do Sul/AC, o XVI Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (ECOECO) ocorre em um momento crucial para a Amazônia. Com a COP-30 se aproximando em Belém, a região se torna o centro das discussões sobre o clima global. A Amazônia, como sabemos, porém, são muitas. As distâncias continentais que separam até mesmo municípios vizinhos nesta região colocam a necessidade de pensar a sua realidade a partir de múltiplos prismas e escalas para evitar as armadilhas da colonização que têm historicamente condenado esta região do planeta à exploração das suas populações e à destruição dos seus recursos.
Com o tema “Amazônia Rumo à COP-30: Economias dos Povos da Floresta e outros Enfrentamentos à Emergência Climática”, esta edição do encontro busca valorizar esta diversidade lançando seu olhar sobre o conhecimento que emerge de alguns dos seus territórios mais invisibilizados, o Vale do Juruá, uma região de reconhecida sociobiodiversidade mas com municípios que ostentam alguns dos menores índices de desenvolvimento humano (IDH) do país, próximos ao de países como a Etiópia, no continente africano. Deste cenário improvável, em estado de emergência climática, e marcado pela invisibilidade, incompreensão e vulnerabilidade, seus territórios e povos emergem como partes necessárias às soluções possíveis para um planeta em ruínas.
As suas comunidades, que protagonizam o movimento socioambiental no Brasil e no exterior desde a Aliança dos Povos da Floresta que uniu seringueiros e indígenas sob a liderança de Chico Mendes, hoje inspiram movimentos sociais do mundo todo que atuam na agenda climática. Destes movimentos, germinam iniciativas ousadas de valorização de identidades da floresta, não somente numa perspectiva simbólica e estética, mas também cultural, material e econômica, num círculo virtuoso que têm dado origem à novas tecnologias, processos, produtos e marcas. Experiências como essas ensinam na prática como viabilizar círculos virtuosos de formação, investimento e retorno em atividades de alto valor agregado a partir de territórios improváveis, criando esperança para uma Amazônia em chamas. Neste contexto, as economias dos povos da floresta, enraizadas em modos de vida mais harmônicos com a natureza, podem não apenas contribuir para o enfrentamento das causas das mudanças climáticas, mas também com alternativas concretas para a transição para a economia verde.
Além disso, o evento também abordará outros enfrentamentos à emergência climática, ampliando o debate para incluir desafios sociais e políticos e a atuação de diversas esferas da sociedade, desde comunidades locais até atores globais. O objetivo é fomentar um diálogo interdisciplinar que integre diferentes saberes, a fim de refletir sobre caminhos para o futuro da Amazônia e do planeta.
Questões centrais a serem abordadas:
- Como fortalecer o protagonismo dos povos da floresta na transição para a economia verde?
- Qual o papel das economias locais da Amazônia na COP-30 e na agenda climática global?
- Quais os riscos das estratégias de desenvolvimento econômico na Amazônia diante da crise climática?
- Como financiar soluções climáticas sustentáveis na floresta, minimizando impactos negativos nas comunidades?