Sua Santidade, o Papa Francisco, Sua Graça, Justin Welby, Arcebispo de Canterbury, e o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, da Igreja Ortodoxa em Constantinopla, emitiram mensagem conjunta urgente antes da COP 26. Eles se juntaram a muitos líderes de outras religiões em seu chamado para que a Criação seja cuidada com justiça. Lembram a todos de nossa responsabilidade individual e coletiva, de agir para evitar a catástrofe ambiental global, resultante de termos “ganaciosamente consumido mais recursos da terra do que o planeta pode suportar.” Avisam que o futuro será pior para nossos filhos, a menos que ajamos de forma colaborativa e urgente, conforme a situação claramente exige. E afirmam que “devemos decidir que tipo de mundo queremos deixar para as gerações futuras”.
As profundas exortações dos líderes religiosos ressoam de forma penetrante em nós, o abaixo assinado Círculo de Anciãos da Economia Ecológica. Trabalhando nas ciências naturais e sociais, chegamos à mesma conclusão. Desde o início dos anos 1970, a humanidade ultrapassou as capacidades de regeneração de recursos e absorção de resíduos da terra e tem se movido em uma direção insustentável a partir de então – para benefício de muito poucos à custa da maioria. Os problemas que enfrentamos geralmente podem ser atribuídos à escala excessiva de nossas economias, que requerem quantidades cada vez maiores de materiais e energia, produzem quantidades cada vez maiores de resíduos e degradam a terra, o ar e as águas. Para responder ao apelo de nossos líderes religiosos, para responder ao clamor da Terra e ao clamor dos pobres, agora se requer uma redução significativa no tamanho físico de nosso nicho humano, em vez de uma expansão contínua e uma degradação mais rápida da biosfera em nome de crescimento.
A ciência econômica dominante, sobre a qual os membros do nosso Círculo estão muito bem informados e notavelmente insatisfeitos, continua a se fixar excessivamente no crescimento do PIB. A dinâmica do crescimento e a sobrecarga (overshoot) sobre o planeta não podem ser revertidas imediatamente sem causar grandes danos. Enfrentamos mais catástrofes à medida que reduzimos tardiamente as desigualdades sociais e os estoques e fluxos físicos de nossa economia para se adequar à nossa biosfera finita. Nosso início tardio reforça a urgência de políticas que restrinjam o fluxo de recursos; incentivem tecnologias e estilos de vida que economizem recursos; e distribuam de forma justa a renda e a riqueza.
A economia ecológica parte do reconhecimento de que a o sistema econômico é um subsistema da biosfera finita e vive dela por meio de um fluxo metabólico de entradas úteis trocadas por saídas de resíduos degradados. Nossa população multiplicada por nosso consumo per capita deve caber na terra para cuidar da Criação da maneira que os
líderes religiosos pedem ao escolher a vida – “Devemos escolher viver de maneira diferente”. Estamos com ânsia para adicionar nossas vozes ao apelo dos religiosos pelo cuidado da Criação com justiça. A COP 26 deve ser muito mais ousada em suas ações do que as COPs de números 1 a 25.
21 de outubro de 2021
Círculo de Anciãos da Economia Ecológica
Pesquisador Emérito Clóvis Cavalcanti, MA.
Professor Robert Costanza, MA, Ph.D.
Professor Emérito Herman Daly, Ph.D.
Professor Emérito Malte Faber, MA, Ph.D.
Professor Joshua Farley, MA, Ph.D.
Nicholas Fitzpatrick, candidato ao doutorado.
Professor Peter H. May, Ph.D.
Professor Emérito Richard B. Norgaard, MS, Ph.D.
Professor Emérito William Rees, BSC, Ph.D., FRSC
Cynthia Riddle, MA.
Professor Emérito Peter A. Victor, Ph.D., FRSC
María Páez Victor, Lic., MA, Ph.D.
Professor Emérito Richard Wilkinson, MA, M.Med.Sci.
Absolutamente de acordo!